quinta-feira, 19 de abril de 2012

A Irmandade...

Contámos as armas e toca de usar as peças de maior calibre não para assustar o inimigo que não tínhamos (nem temos!) mas para dar força à ideia inicial e lhe conferir um carácter profissional que mais tarde viesse a refletir-se na forma como iriamos receber os nossos hóspedes. Para começar usámos uma peça fundamental – uma economista – que por termos habitado o mesmo ventre materno tratou de fazer um estudo de viabilidade sem floreados e bastante dietético pela ausência de temperos desnecessários. Não começámos por a identificar como – irmã economista – para não dar aso a interpretações do foro religioso apesar de ser essa a verdadeira denominação do parentesco tal é a coincidência dos intervenientes na procriação.
Fruto dos mesmos proprietários da já referida patente procriadora fomos buscar o – irmão arquiteto – que já tinha tido uma forte participação no início da reconstrução do edifício e a quem já devíamos o projeto da primeira fase da reabilitação. Desenho para aqui, desenho para acolá tendo sempre presente que tudo teria de ser feito para que os nossos futuros hóspedes tivessem uma boa e inesquecível experiência apesar de tudo fazer parte da nossa habitação. Destes pressupostos tínhamos que garantir privacidade a quem nos visitasse e simultaneamente o bom acolhimento de aldeia.  
A terceira arma de calibre inferior mas (modéstia à parte…) de igual valor estratégico – o terceiro irmão – assim denominado por ser essa a sua ordem de entrada, ou melhor, de saída na contribuição da manutenção da espécie dos nossos pais. A esta arma de calibre inferior, já o dissemos, caberiam todas as tarefas que garantissem a conclusão da contenda, até porque conhecedor de materiais e de métodos construtivos seria garante da boa execução do projeto e se isso não bastasse porque é o proprietário e único responsável dos resultados.
Por ordem de entrada no mundo cão, existe a – irmã primeira – matemática de formação, não teve nenhuma participação direta nesta fase da nossa vida mas teve noutras que, ela sabe porquê, é como se tivesse tido. É, sem querer ofender sensibilidades religiosas dos leitores do nosso blogue, por assim dizer a “madre superiora” desta que pode ser literalmente designada de irmandade que esteve na origem da Casa de Campo Moinhos da Gozundeira e a quem eu – o terceiro irmão – não posso deixar de postar, como está na moda dizer, o meu maior agradecimento.           
   


terça-feira, 17 de abril de 2012

Cá estamos de volta...

Passados meses de uma travessia que não sendo desértica foi igualmente implacável nas exigências e na disponibilidade, a obra de reabilitação da adega não nos deixou ir comunicando com um já alargado número de leitores e não foi por nos ter secado a garganta mas porque nos drenou a inspiração e a disponibilidade. Decidido que ficou lá para trás, ainda vos contávamos a razão dos astros nos terem conduzido a este lugar e afinal a razão da criação deste blogue, foi a de transformar o espaço da adega num espaço de turismo de aldeia.
Estudaram-se todas as possibilidades, avaliaram-se riscos, falámos com algumas pessoas e ainda se viam as faíscas causadas pelo atrito das arestas que faltavam limar, já estava constituída a Casa de Campo Moinhos da Gozundeira Unipessoal Lda., empresa que a partir de agora se iria dedicar exclusivamente da tarefa de reabilitar a nossa adega de 1888 e logo de seguida possibilitar a todos quantos quisessem, desfrutar de um ambiente verdadeiramente de aldeia, numa zona lindíssima com tanto ainda para explorar, com todos os ingredientes das zonas rurais distantes da capital. Afinal aqui tão perto é possível ir muito longe.
Claro que os que leem este blogue não vão contar a ninguém que a data de inauguração está já prevista, porque agora, ou melhor, durante os próximos dias vamos contando as peripécias, do período da obra de reabilitação, dando-lhe um ar de novidade e se conseguirmos não perder o bom humor que nos anima neste momento, contar o que se foi passando de forma ligeira e que valorize o resultado final deixando para trás uma via que não sendo sacra, deixaria marcas ao mais santo dos cidadãos quanto mais a nós que, infelizmente, não nos podemos reclamar como fazendo parte dessa minoria.