sexta-feira, 11 de maio de 2012

Maqueta ( do francês maquette)


Um destes dias, dos frios, que o tempo parece fazer tandem com os que no mundo mandam ou se calhar concorrência, não respeitando a ordem das coisas e surpreendendo-nos com alterações que nos trazem inquietude e desconforto… ah, dizíamos – um destes dias, dos frios, sentados à lareira, a mais antiga, porque agora vamos ter duas, observávamos o abraço quente e fatal do fogo a um tronco de lenha, fazendo-se de fortes as labaredas esqueciam-se que logo que a madeira se consumisse também elas se extinguiriam e, a menos que alguém ainda mais forte as alimentasse, ali jazeriam igual às cinzas do fraco tronco de lenha. Engraçado como entendemos o que o que nos estava a faltar! Já vos dissemos que a obra está praticamente concluída e apenas estamos a ganhar tempo para, após acertado o dia da inauguração, mostrarmos como ficou. A verdade é que, de forma figurada, falta-nos a lenha. Meses de luta e enorme canseira estão finalmente a acabar e parece que lhes estamos a sentir falta. Estranho o nosso pensar… por este andar se entre os nossos leitores estiverem estudiosos da mente serão seguramente (?) os nossos primeiros clientes… de bata branca e munidos do íconizado martelinho virão testar-nos os reflexos… cá estaremos, na certeza que lhe iremos proporcionar uma excelente estadia, uma confortável noite e quem sabe um delicioso chouriço assado à lareira servido…
A verdade é que fazer obra, moldá-la, esculpi-la, pintá-la o que quer que seja ou como quer que seja, é de tal forma envolvente que a dada altura, esforçando-nos para não esquecer a sua razão, não paramos até a concretizarmos sempre melhorando o que estava pensado. Claro que este raciocínio apenas é válido quando a obra nos sai de dentro. Conhecemo-la como ninguém… como foi feito, como conseguimos superar as dificuldades e, finalmente sentados à lareira vendo os fracos e os fortes a consumirem-se mutuamente, descansamos a mente com a certeza que tudo ficará de forma a agradar quem quer que nos visite.
Com carinho e muito cuidado escolhemos os materiais, as cores, os enquadramentos, as decorações, a iluminação, as loiças, os lençóis, os atoalhados numa enorme lista de detalhes que pretendemos, sem que se dê por eles, tornem uma estadia na nossa casa de campo, uma suave e relaxante experiência.
Et voilá! Achamos que um galicismo seria uma divertida maneira de fechar este capítulo, contrariando os anglicismos que parecem dominar as tendências atuais, como contraponto do dramatismo das formas de estilos hoje aqui usadas até porque do que hoje queríamos falar era da maqueta  … mas não “saiu”! Fiquem com a imagem que depois falaremos dela - a maqueta (do francês maquette)…

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